O URSO FAMINTO - César Romão

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez. Porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, dirigiu-se para uma grande fogueira, ainda ardendo em brasas e dela tirou uma enorme tina de comida.
Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando a comida. Enquanto abraçava a tina, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina que o estava queimando. Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a tina encostava.

O urso nunca havia experimentado aquela sensação; interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Então, começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a tina quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia.

Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso, praticamente sentado, recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. Ele tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na tina e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.

Quando terminei de ouvir esta história do mestre Jomano, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor; nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes.

Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.

Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a tina, solte a tina...

Quando soltá-la, perceberá que você pode libertar-se e que, com certeza, tudo vai dar certo....

Por César Romão - do livro "Tudo vai dar certo"

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2 Comentários

  1. Linda mensagem!
    Lendo-a e recordando um amor que não está mais encarnado, chegou a conclusão que é preciso soltar aquilo que nos parece a tábua de salvação, para que o coração que ficou possa respirar mais sossegado, bem como deixar aquele que está no outro plano viver em paz tb, pq minha angustia pode atrapalhar o seu caminho e isto é o que menos quero na vida.
    Tenhamos confiança em Deus que ele cuidará dos corações aflitos e é a Ele que entrego meu coração sofredor, para que a dor o depure, para que eu possa aprender a amar incondicionalmente e entender que não pertencemos a ninguém, que o verdadeiro amor transcende o infinito, que podemos amor, e há diversos tipos de amor, o companheiro, o que arde sem se ver, o amigo, o inesquecível...

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  2. Perfeita essa mensagem! Eu já digo que tem que soltar sim a panela, porque amor de verdade não faz sofrer, se está fazendo é porque não é amor...
    Então temos sim, que nos livrar daquilo que nos atormenta e faz mal.. Solte a panela! E seja feliz...
    lauponta@gmail.com

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