O QUE REALMENTE IMPORTA NA VIDA


Um artigo publicado há cerca de dez anos pela revista Seleções Reader’s Digest (09/88), relata a história de um homem, chamado Stan Belin, o qual, desde pequeno, sonhou muito alto. Ele ficava maravilhado com a riqueza, com os cenários de luxo e conforto, onde as pessoas, bem vestidas, se mostraram sorridentes e aparentemente felizes. Os seus alvos passaram a ser dinheiro, poder e prestígio. Aluno exemplar, formou-se em Odontologia. O dinheiro começou a surgir em abundância. Sua reputação espalhou-se. Ele conseguiu prestígio com a nomeação para um alto cargo público. Teve dois filhos saudáveis. Conseguiu uma casa magnífica, automóveis luxuosos. Desfrutava férias em lugares exóticos. Finalmente, comprou um lindo iate. Era seu ponto culminante. No entanto, Stan se sentia imensamente triste e desesperado. Conquistara tudo que idealizara. Era invejado, mas sentia-se perdido, vazio, insatisfeito.

Logo chegou a depressão. Ele se sentia desalentado, infeliz. Almejava comprar confiança e tranqüilidade, mas elas não estavam à disposição no mercado. Pouco e pouco, foi abandonando a profissão. Encontrou uma muleta : as drogas. Elas lhe davam uma euforia que era sempre mais fugidia. Durava breves segundos e logo ele voltava a cair nos profundos abismos da depressão. Levantava-se a cada dia e se perguntava: "Por que estou tão vazio por dentro? O que me falta? Pois não conquistei tudo? O que me falta?"

À exemplo dele, muitos seguimos a vida sem objetivos verdadeiros. Idealizamos metas fictícias e as perseguimos para descobrir, ao conquistá-las, que elas não nos preenchem as necessidades íntimas.

Não percebemos que o sentido da vida não está nas pessoas e muito menos nas coisas. A razão de vivermos está na relação com as pessoas, na maneira como nos conduzimos perante os amigos , parentes, conhecidos e mesmo em relação àqueles que não nos são caros. Poderia dizer que a razão de vivermos é Deus, mas não. Ele nos deu a vida, nos orientou através de um espírito especial (que foi Cristo), mas não poderia ser resumido como sentido da vida. Simplesmente porque a nossa criação também tem um sentido : nos tornarmos, sozinhos, pessoas melhores, integrais, capazes e equilibradas. Por isto, o sentido da vida confunde-se com o sentido do que chamamos "religião". Longe de representar uma organização espiritual, de instituir dogmas e cerimônias, as "religiões" tem o único objetivo de indicar um simples exemplo de conduta. Cristo fez isto, sua missão era "simples" neste aspecto, a de mostrar com exemplos como cada um deve comportar-se no dia-a-dia. Tudo o mais que se fale dele é bobagem.

O que, então, realmente importa na vida? A resposta é uma fórmula simplória, composta de três palavras : bondade, simplicidade e compreensão. São termos vazios para quem não deseje compreender, mas englobam em seus significados outros tantos termos igualmente importantes : caridade, perdão e amor. Vivemos, então, para aprender. Esta a explicação para a oportunidade das vidas sucessivas, para o mistério da reencarnação. É a oportunidade que nos é dada, com a paciência extrema de alguém muito especial (a quem chamamos de Deus), para que aprendamos a respeitar, gostar e ajudar as pessoas. Para que aprendamos que a vida é simples se a encararmos como uma caminhada composta de estações, na qual devemos interagir com nossos acompanhantes, aqueles que encontramos e reencontramos para nosso próprio aperfeiçoamento. Somos, todos, metal bruto, sendo forjado por nossa própria vontade. Queira, então, ver o sentido da vida. Dê importância ao que realmente tem importância. E aprenda a viver, mas sem ansiedade, pois cada vida é um passo (um único passo) nesta caminhada.

Marcos Grignolli
A partir da mensagem "O que nos falta", do site Momento Espírita

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