DEUS NOS CASTIGA ?

Como entendemos a Justiça Divina é soberanamente bom e justo ? Por muito tempo estivemos pensando que Deus nos castiga; nos colocamos como vítimas nas situações difíceis. E, com conhecimento, por falta de conhecimento. Mas, a Doutrina de Cristo à luz do Espiritismo vem tirar o véu da nossa face, nos trazer para a razão. No Livro dos Espíritos, na questão 876, os espíritos respondem : “Disse o Cristo: queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo com que cada um deseje ver respeitado os seus direitos. Na incerteza de como deva proceder, dada a circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não podia Deus haver dado”.

Somos juízes de nós mesmos. Na obra ‘Concepção Existencial de Deus’, de Herculano Pires, muito esclarece : “O homem é o próprio juiz no aquém e no além. (...) Deus não nos castiga ou reprova. Entrega-nos a nós mesmos, sob a garantia infalível do tribunal consciencial. Deus não nos criou para a perdição, mas para o desenvolvimento de nossas potencialidades.” Outra tese bem comum que chega aos nossos ouvidos, talvez não nas nossas palavras com referência a irmãos equivocados: “Fez o que quis e está numa boa.” Podemos encontrar a explicação na obra psicografada por Chico Xavier , ‘No Mundo Maior”, capítulo XII, do mentor espiritual André Luiz: “A Justiça Divina exerce invariável ação, embora os homens não a identifiquem no mecanismo de suas relações ordinárias. Os criminosos podem, por muito tempo, escapar ao corretivo da organização judiciária do mundo; no entanto, mais cedo ou mais tarde, vaguearão, perante seis irmãos em humanidade, em baixo terreno espiritual, representado no quadro de aflições punitivas”.

Vasto é o conhecimento que a literatura espírita traz sobre este assunto. Na Revista Espírita editada por Allan Kardec, edição de janeiro de 1865, em matéria intitulada “Evocação de um surdo-mudo encarnado” encontramos o seguinte enunciado: “A Justiça de Deus jamais falha, e, por ser algumas vezes tardia, não perde nada por esperar; mas Deus em sua bondade infinita, jamais condena de maneira irremissível, e deixa sempre aberta a porta do arrependimento; se o culpado demora muito em aproveitá-la, sofre por mais longo tempo. Assim, depende sempre dele abreviar seus sofrimentos. A duração do castigo é proporcional a duração do endurecimento; é assim que a Justiça de Deus concilia com sua bondade e o seu amor por suas criaturas.

Assim, podemos ver, Deus não nos castiga, porque Ele é soberanamente bom, é a mobilidade de nossas ações que dita se estamos seguindo Sua Lei. Quando em concordância o “céu” nos envolve. Se a infringimos, penamos o ‘inferno” de uma consciência culpada, condição que impomos a nós mesmos. O que nos afirma a questão 964 de ‘O Livro dos Espíritos “Deus tem as suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento dizendo-lhe, por exemplo: Foste guloso, vou punir-te. Ele traçou um limite; as enfermidades e muitas vezes a morte são a conseqüência dos excessos.”

Eliana Della Torre
“Jornal Essencia Divina”, CE Casa de Jesus, Balneário Camboriú (SC)

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