PAI : O TAMANHO DE SUA AUSÊNCIA

"Gostaria de dividir com outras pessoas esse meu sentimento, tão parecido com o de tantos outros amigos que encontrei por esse Blog. Um sentimento tão universal, que nessas horas nos sentimos ainda mais irmãos. Assim como tantos por aqui, fui tomada pela saudade, sacudida, arrancada de minhas raízes mais profundas após a perda de uma pessoa que para mim ainda é única, meu PAI.

Fui tomada pelo inconformismo, que me levou posteriormente a uma busca por respostas, ainda permaneço nessa busca constante, de perguntas a mim mesma, a minha sanidade por vezes e por outras quando me atrevo a Deus.

No auge do meu sofrimento e revolta, me inconformava por ter perdido a companhia desse que era o meu maior amigo, meu confidente, meu amor, meu irmão e por fim, meu filho...me doía lembrar de seu sofrimento e me enlouquecia, como em um pesadelo constante a lembrança de seus últimos dias, de seu sofrimento, me sentia impotente, culpada por lembrar-me da esperança, no início de seu tratamento, quando acreditávamos, que venceríamos esse câncer, descoberto assim tão derrepente, lembrava-me desse sentimento de acreditar que nada de mal acontecer ia a ele, lembrava-me da força que tinha para encorajá-lo e me sentia pequena perante a perda inevitável.

Foi quando me dei conta, do tamanho da sua ausência, foi quando me dei conta do tamanho de sua presença!!!! A dor que sinto hoje por essa distância cruel e impiedosa e tão grande quanto a presença dele em toda minha vida, só sinto essa ausência angustiante por que tive sua presença tão confortante por tantos anos de minha vida. Só me desespero saber de sua partida e por horas não acreditar nela, porque sua vida ao meu lado foi construída por sentimentos que tempo e nem distancia nenhuma conseguem amenizar.

Devo então, somente agradecer a Deus a oportunidade de ter tido em minha vida esse presente, e agradecer a compreensão que tenho de que sofro, porque tive o que perder. Poderia ter passado por essa existência sem nunca saber o que foi ser amada por alguém tão especial, sem saber o que foi amar a um pai, como eu amo meu pai, sem ter tido prazer de ter dividido parte de minha existência com esse pai que me acompanhara por toda a eternidade. Sei que nossa missão juntos ainda não terminou, ainda me resta ampara-lo nessa nova caminhada, assim como fiz nos seus últimos meses, assim como ele me amparou em todos meus anos de vida.

Meu pai Almir de Oliveira, faleceu de câncer generalizado dia 21 de marco de 2006 aos 66 anos, nasceu dia 09 de julho de 1939. Eu, Adriana de Oliveira, sua filha, tenho hoje 32 anos, e na ocasião estava gravida de oito meses de meu primeiro e único filho, esse fofo que esta comigo na foto. Um grande abraço a todos, e aqueles que assim como eu sofrem a perda de alguém tão especial, reflitam, e não se deixem tomar pelo desespero, nessas horas permitam-se receber ajuda, peçam a Deus por paz, por vocês e por aqueles que se foram mas ainda precisam de nos.
Adriana de Oliveira

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2 Comentários

  1. Sua mensagem parece ter saído do meu coração. Tambem perdi meu pai, faz 6 meses. Parece que um filme esta rodando na minha cabeça. É um pesadelo. Tem dias que nao sei como suporto simplesmente acordar num mundo sem ele. Ele foi e é meu melhor amigo, incentivador, paizão mesmo. Talvez nunca mais encontre alguem no mundo capaz de me amar assim, como ele o fez, sem limites, em condições. Talvez tb nunca mais eu ame assim novamente. Tenho estado muito perdida. Espero que essa dor diminua, para nós duas e para todos os que passam pela mesma situação. Fique com Deus.

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  2. Também perdi meu pai por causa desta doença maldita e hoje completa um ano do seu falecimento, roda um filme na minha cabeça. As coisas boas que passamos juntos, alegrias, as tristezas, tudo o que foi feito por ele para amenizar a sua dor. É um vazio tão grande, uma dor sem fim, que eu espere que também diminua. Agora o que nos resta é rezar por eles, pois estão num lugar sem dores e sem sofrimentos.

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