ESPÍRITOS ASSOMBRAM A IGREJA


Assim como muitas crianças católicas do meu bairro, estudei no Colégio Sagrado Coração. Minha mãe e eu íamos à missa todo domingo. Adorávamos sentar no mezanino, de onde podíamos ver as pessoas nos bancos e o padre no altar. A única coisa que realmente me assustava era o enorme crucifixo com Jesus pregado nele. Eu me perguntava por que as pessoas representavam Deus sofrendo daquele jeito. Admito que nem sempre compreendia o que estava acontecendo, e também não me interessava muito.

Eu gostava dos cânticos e do cheiro de incenso. Geralmente ficava meio adormecido e hipnotizado enquanto o padre recitava orações em latim. Eu via muitos espíritos circulando por entre as fileiras de bancos da igreja. Alguns se ajoelhavam em frente às estátuas, outros iam até o altar, mas a maioria ficava perto dos fiéis. Via pais e mães falecidos ao lado dos filhos, via muitos espíritos de crianças correndo pela igreja, mexendo nos cabelos e nas roupas das crianças vivas. Algumas percebiam a presença dos espíritos e brincavam com eles.

Mas havia aquelas que ficavam apavoradas e soltavam gritos, fazendo a mãe ou o pai repreendê-las. Para mim, tudo aquilo parecia uma brincadeira. Certos espíritos se ajoelhavam em frente às imagens de Maria, de Jesus ou de um santo. Eu perguntava à minha mãe: "Por que eles precisam vir à igreja e rezar para as estátuas?" Será que não vêem que Maria e Jesus de verdade estão no céu? Minha mãe respondia: "Algumas pessoas têm hábitos antigos que as fazem sentir-se bem".

De modo geral, as igrejas são vórtices de energia espiritual, independentemente da crença que professam. As pessoas se reúnem para louvar, contemplar e rezar em nome de Deus. Essas ações energizam o mundo espiritual e os espíritos aparecem para nos influenciar com seu amor e sua orientação. Não é à toa que muitos consideram as igrejas refúgios seguros.

Tenho uma lembrança extremamente nítida de um domingo específico. O padre no altar estava erguendo a hóstia e repetindo uma prece em latim. No momento em que todos responderam, vi vários espíritos iluminados, vestidos com mantos brancos, atravessar a parede do tabernáculo. Eu sabia que eram espíritos especiais vindos do céu, porque sentia um clima de adoração e reverência. Muito emocionado, perguntei em voz alta: "Mamãe, olha aqueles homens de branco no altar. Eles são anjos?"

Todos me olharam espantados, e minha mãe fez sinal para que eu me calasse. Mas sempre me lembrarei da bela visão daqueles mensageiros celestiais. Ela acabou se revelando uma das muitas fontes de inspiração que tive ao longo dessa maravilhosa jornada.

Trecho do livro "Espíritos entre nós", do médium americano James Van Praagh.

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