SOFRIMENTO É UMA PROVA DOLOROSA PARA A FÉ

A 8 meses perdi meu filho de 12 anos,assasinado brutamente.estou sem saber o que fazer da minha vida.perdi um pedaço de mim,não tenho mais animo para sair de casa,e de casa para o trabalho e do trabalho para casa.não tenho animo para sair de casa e visitar meus irmãos.queria muito ajuda.preciso muito.estou sem saber o que fazer da minha vida.queria uma palavra de conforto ou algo parecido.meus amigos me ajude por favor. (R.M. - comentário à postagem "A Morte de uma Criança")

Todos nós, pelo menos dentro da concepção Espírita, temos uma história de vida pré-definida. Não se trata de karma ou dharma, de destino ou influência dos astros. Na doutrina, acreditamos que somos, todos, almas imortais, que passam por várias experiências (vidas), no intuito de aprender e evoluir. Por isto, entre uma existência e outra, buscamos aprender e definir os objetivos de vida de nossa próxima etapa. Escolhemos as pessoas com as quais desejamos ter relacionamento e com as quais buscaremos resgatar dívidas, buscar perdão ou que, apenas, queremos auxiliar. Tudo isto, por absoluta necessidade, nos vem envolto em esquecimento, que (bem analisado) é tão-só um aspecto a nos ajudar na missão de ajudar, sem esbarrar em antigos rancores e antipatias.

Apesar disso, não aceitando ou não compreendendo esta dinâmica das vidas sucessivas, muitos leitores nos chegam com raiva de Deus. Eles vêem a morte ou a própria vida como forma de punição e se perguntam como um Deus de amor pode ter semelhante atitude. A experiência nos ensina que, nesses momentos, a palavra mais sábia pode soar vazia. Portanto, nos resta ser solidário, embora ressaltando que a crença na continuidade da vida demonstra que não existe um Deus vingativo e punitivo.

Sofrer a morte de um ente querido, bem o sabemos, é um processo que destroça o coração. Não menos raro, viver no sofrimento pode ser uma prova ainda mais dolorosa para a fé e o entendimento. É essencial que tenhamos paciência, que não nos precipitemos. Não há um plano a seguir, nenhum calendário que ajude a controlar os males e desafios dessa nossa existência. Alguns se recolhem em si mesmos e encontraram uma força espiritual interior que jamais suspeitaram que tivessem.

Tais pessoas relatam que agora têm uma ligação muito mais forte com Deus e falam como o enfrentamento das adversidades deu-lhes a chance de aprender sobre o amor.
Mas o importante é saber que o retorno de cada um de nós a esta Terra tem objetivos bastante definidos. Quando esse objetivo é cum­prido, partimos. Algumas almas necessitam viver uma vida longa, enquanto outras precisam apenas de uma experiência breve, antes de retornar a seu lar espiritual. A escolha é feita antes de encarnarmos em nosso corpo. Quando conseguimos olhar a vida dessa maneira, aceitando que o tempo e o espaço são dimensões terrenas e que somos seres eternos, podemos começar a entender a natureza da vida e da morte com muito maior clareza.

Seu filho (e muito provavelmente, também você) esboçou antes de reencarnar esta trajetória de vida. Por alguma razão ele tive que passar por esta experiência, mas contou com a sorte de tê-lo como pai, com toda sua força e fé, que tanto o ajudam nesta nova fase de sua vida, agora em outro plano. Mas pense que também você, de alguma maneira, tivesse ou tenha aceitado tal provação, somente para estar perto dele e cumprir este papel.
Isto explica, de certa forma, tamanha dor. A dor de quem muito ama e gostaria de fazer mais. Mas nossas existências são feitas de estágios, de momentos, que costumamos chamar de “vidas”.

Este momento da longa história de vocês passou e teve a mais alta nota. E virão outros e outros, nos quais vocês estarão ainda mais ligados e solidários, num amor eterno, como eternos somos todos nós : espíritos aprendizes.


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3 Comentários

  1. Difícil nessa hora, quando todas as palavras parece não ter sentido.A perda física de um filho, é a dor maior de seus pais.Mas, o texto produzido aqui mostra que não podemos perder a fé e a esperança da continuidade da vida,neste plano e além dele.Linda mensagem!Abraços,Maria Lucia!

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  2. Realmente perder alguém que tivemos o privilégio de dividir a vida é muito doloroso. A saudade, o arrependimento por algo que fizemos ou que deixamos de fazer, a saudade, a angústia em saber se o outro está bem ou não, é um sofrimento indescritível, e só quem passa por ele sabe dizer o que é.

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  3. Agradeço muito, muito, muito a resposta. Que Deus continue iluminando o trabalho de vocês, que tanto bem fazem a todos.

    Um grande abraço

    Serenita

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