NOSSO LAR : VEJA DEPOIMENTOS SOBRE O FILME


Baseado em livro de Chico Xavier que vendeu mais de mais de 2 milhões de exemplares, estreia, sexta-feira (03/09), Nosso lar. Diretor Wagner de Assis diz que filme é sobre aprender a amar e a perdoar. No vídeo acima, depoimentos de espectadores que participaram de uma sessão especial em Florianópolis.

O diretor de Nosso lar, o carioca Wagner de Assis, de 39 anos, nem usa a palavra superprodução. Mas contando como decidiu levar o livro de Chico Xavier para o cinema, observa que, desde que aventou o projeto, sabia que tinha o desafio de realizar filme grandioso, que implicava em muitos recursos (custou R$ 20 milhões), tecnologia (mais de 300 imagens desenvolvidas com computação gráfica) e cenas que envolviam centenas de pessoas. “Precisava dessa infraestrutura para reproduzir, com credibilidade, o ambiente da história”, conta, observando que até chegou a ter dúvidas sobre a viabilidade do projeto.

Nosso Lar conta a história do médico André Luiz, que, ao despertar no mundo espiritual, depara-se com criaturas assustadoras, que vivem em lugar escuro e sombrio. Surpreende-se ao perceber que, apesar da morte, continua vivo, tem fome, sede, frio e outras sensações materiais. Depois de longo período de sofrimento, é recolhido por espíritos dessa zona de purgação e levado para uma colônia chamada Nosso lar. Lá, passa a conhecer melhor o Além, a aprender lições e adquirir conhecimentos que mudarão completamente o seu modo de enxergar a vida. Com saudades de parentes e amigos, sente vontade de voltar à Terra. E volta, mas para que perceba que a vida continua.

Na origem do trabalho, como conta o diretor, está o encanto pela história, que tem como personagem um “herói comum”: um homem que, por si mesmo, resgata sua trajetória e tem oportunidade de recomeçar a vida por meio de avaliação do que fez. “E vida após a vida é paradigma forte para que se pense a condição humana a partir de uma história fascinante”, observa Wagner de Assis, explicando que não é filme religioso, que afirma verdades ou destinado a público especifico. “A filosofia da história, que tem valor ético e moral importante, está no filme para ajudar a narrativa”, observa. “Mas acho que se deve falar sobre fé, vida, morte, raciocinando e tentando entender o que você sente e no que acredita”, observa.

“Nosso lar é sobre aprender a amar e a perdoar. Parece clichê, mas não tem clichê mais bonito”, afirma Wagner de Assis. Ele leu Nosso lar quando era adolescente e a história teve grande impacto na época. “Foi ditada por um espírito a Chico Xavier, homem que todos respeitam, o que dava base de verdade assustadora”, recorda. A forte repercussão de obras espíritas e espiritualistas (e o tema é declaradamente de interesse do diretor) no contexto brasileiro, para Wagner de Assis, deve-se à tradição de respeito com as religiões. “Quando alguém como Chico Xavier aparece falando de amor, fraternidade, espiritualidade, com exemplos edificantes, isso reverbera”, garante, declarando-se “espírita, cristão, ecumênico.”

Todo rumor em torno de Nosso lar, antes mesmo da estreia do filme, para Wagner de Assis, deve-se ao fato de ser baseado em livro lançado em 1944, que vendeu mais de 2 milhões de exemplares (e ficou em primeiro lugar na lista das 10 obras espíritas mais importantes do século 20). “É obra consagrada há 60 anos, com história poderosa. Nossa proposta no filme é dar o tratamento que ela merece e contá-la de modo plural”, explica. Nosso Lar é o segundo longa de Wagner de Assis – o primeiro foi A cartomante (2004). Ele é roteirista de vários filmes da apresentadora Xuxa, e adora a atividade. Por isso mesmo, se define como um roteirista que dirige filmes.

REALIDADE CRIADA “Filme é uma boa história contada com a magia do cinema, arte que permite brincar de criar realidades”, afirma Wagner de Assis. “O ser humano aprendeu a se ver com o cinema, mais do que com qualquer outro meio, ao longo do século 20”, acrescenta o fã declarado da sétima arte, que tem vários projetos.

Desde trabalho sobre Anita Garibaldi, que está sendo negociado nos Estados Unidos, até novo longa sobre a vida do Marechal Rondon, passando por história de meninas que, no século 19, criaram movimento espiritualista. Esta última trama vem do livro Conversando com os mortos, de Barbara Weisberg. Todas “histórias incríveis e nada mais do que isso.”

O que o Brasil têm de sobra e o que falta quando o assunto é cinema? “Temos talentos em todos os setores. Atores, técnicos, escritores etc. Faltam investimentos e salas de cinema”, responde. “O número de salas de exibição é incoerente em relação à população brasileira e quase incompatível com a qualidade do que vem sendo realizado. É a nossa condição, mas temos de buscar solução para o problema”, defende.

Portas do sobrenatural

Nosso Lar, de Wagner de Assis, acrescenta mais um título à intensa filmografia brasileira inspirada em livros espíritas. Na origem dessa vertente, além da popularidade de Chico Xavier, estaria o sucesso de Bezerra de Menezes, diário de um espírito (2008), de Joe Pimentel e Glauber Filho, que, sem muita divulgação, ganhou mais de 200 mil espectadores. Chico Xavier, o filme (2010), de Daniel Filho, com público de mais de 500 mil, reafirmou a viabilidade do caminho.

Há quem diga que o sucesso do tema se deve ao cansaço com a violência espetacularizada. E há também quem considere que, mais do que modismo, está em curso o surgimento e desenvolvimento de um gênero que, deixando de lado a tradição realista, abre para o cinema brasileiro as portas do sobrenatural.

Outros filmes ligados a essa tendência, realizados ou anunciados são: As cartas, de Cristina Grumbach; A mãe de Chico, de Glauber Filho; E a vida continua…, de Paulo Figueiredo. Livros de Zibia Gasparetto, como Ninguém é de ninguém e Pelas portas do coração, também já estariam na mira dos cineastas. O próprio Wagner de Assis conta que tem interesse em fazer filme sobre Os mensageiros, inspirado em livro de Chico Xavier, que dá sequência à história de Nosso lar. Acrescente-se à novela Escrito nas estrelas, a série A cura, atualmente, projetos antecedidos por Alma gêmea, todos da Globo.

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1 Comentários

  1. Adorei o filme!!!Muito bom, emocionante!!É um filme que desperta para o real valor da vida. Vale a pena assistir!!

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