
Também culturas avançadas, como os egípcios, acreditavam na volta e na sobrevivência do espírito. Dentro dos esquifes, costumavam colocar textos que contavam virtudes e qualidades do falecido, na esperança de convencer o Deus Osíris a lhe dar mais vidas. Segundo Heródoto, conhecedor das crenças egípcias, um espírito levava três mil anos para completar seu ciclo de vivências na Terra.
Grandes filósofos gregos também acreditavam na reencarnação e, dentre eles, provavelmente o mais conhecido a sustentar essas crenças tenha sido Platão, filósofo ao século V a.C., segundo o qual a alma atinge níveis de acordo com seu conhecimento (processo descrito em Fedro). Pesssoas que viviam com elevados padrões moral e ética tendiam a alcançar níveis superiores de existência, até chegar nos mais altos, como um ginasta ou médico (quarto nível), político (?!) ou ecomista (terceiro nível), um rei ou um guerreiro (segundo nível) e, finalmente, um filósofo, artista, músico ou apaixonado, quando então a alma poderia parar de renascer para viver em infinita paz e sabedoria num lugar muito legal. Por outro lado, as pessoas que se comportassem com crueldade e mesquinharia, regrediriam para níveis inferiores, onde figuravam os tiranos e outras pessoas socialmente inaceitáveis.
Outro grande filósofo a defender a reencarnação foi o matemático e místico Pitágoras (século VI a.C.) que dizia lembrar de suas antigas vidas. Vivera como guerreiro de Tróia, profeta, camponês, prostituta e comerciante. Já Orígenes foi um filósofo cristão de Alexandria, Egito, e viveu durante o século III (d.C.). Foi um constante alvo da Igreja Católica por insistir em escrever e pregar um cristianismo neoplatônico, onde as almas voltariam e ocupariam corpos e posições (social, familiar, profissional etc) de acordo com seus merecimentos. Orígenes escapou da ira dos tradicionalistas em vida, mas esta foi persegui-lo no túmulo. No ano 400, o filósofo foi condenado postumamente pelo Papa Anastácio por suas “opiniões cheias de blasfêmias”. Mas palavras soltas não
voltam ao ninho e as crenças de Orígenes continuaram se espalhando, até que, no século VI, o concílio de Constantinopla (...) baixou um decreto de excomunhão contra ele e contra todos que acreditassem nessa idéia de “mostruosa restauração”.
No Oriente, entre hindus e budistas, é perfeitamente razoável a crença na migração espiritual, pois faz parte das religiões vigentes e, conseqüentemente, da cultura. Um dos relatos mais antigos escritos está nos Upanixades, conclusão dos Vedas (conjunto de cântigos tradicionais guardados pelos altos sacerdotes árias, povo que invadiu a Índia por volta de 1500 a.C.). Segundo os Upanixades, a centelha divina, ego individual ou espírito recebe o nome de atmã, que inicia sua jornada existencial num estado de imaturidade e vai evoluindo num ciclo infindável de renascimento, sofrimento e morte. A cada renascer, um passo é dado em direção à evolução ou ao regresso, de acordo com as esco
lhas e ações da vida anterior, mudando-se de corpo e forma física: humana, animal e vegetal. A meta é que o atmã evolua e, um dia, possa se unir finalmente com a fonte divina e pura de luz (Enrama).
Essa linha básica se tornou o fio condutor de várias religiões, entre elas o hinduísmo (Lramanismo), budismo e jainismo. No Ocidente, a palavra reencarnação foi introduzida no nosso linguajar por Alan Kardec, famoso francês que trouxe à luz o Espiritismo moderno em meados do século XIX. Além dele, pesos pesados como Helena Blavatsky, Tnomas A. Edison e os poetas Lord e William Butler Yeats engrossaram as fileiras de pessoas que falavam abertamente de um assunto que era tabu na época.
Na verdade, a reencarnação teve dois grandes inimigos. Na Idade Média, a Igreja, que considerava este conceito uma heresia sem tamanho. Nos modernos, a Ciência, que considerava este uma heresia sem tamanho. Por isso, ao contrário dos orientais, demoramos muito mais compreender certas coisas. Mas tudo tem! Quem está com pressa?

No Oriente, entre hindus e budistas, é perfeitamente razoável a crença na migração espiritual, pois faz parte das religiões vigentes e, conseqüentemente, da cultura. Um dos relatos mais antigos escritos está nos Upanixades, conclusão dos Vedas (conjunto de cântigos tradicionais guardados pelos altos sacerdotes árias, povo que invadiu a Índia por volta de 1500 a.C.). Segundo os Upanixades, a centelha divina, ego individual ou espírito recebe o nome de atmã, que inicia sua jornada existencial num estado de imaturidade e vai evoluindo num ciclo infindável de renascimento, sofrimento e morte. A cada renascer, um passo é dado em direção à evolução ou ao regresso, de acordo com as esco

Essa linha básica se tornou o fio condutor de várias religiões, entre elas o hinduísmo (Lramanismo), budismo e jainismo. No Ocidente, a palavra reencarnação foi introduzida no nosso linguajar por Alan Kardec, famoso francês que trouxe à luz o Espiritismo moderno em meados do século XIX. Além dele, pesos pesados como Helena Blavatsky, Tnomas A. Edison e os poetas Lord e William Butler Yeats engrossaram as fileiras de pessoas que falavam abertamente de um assunto que era tabu na época.
Na verdade, a reencarnação teve dois grandes inimigos. Na Idade Média, a Igreja, que considerava este conceito uma heresia sem tamanho. Nos modernos, a Ciência, que considerava este uma heresia sem tamanho. Por isso, ao contrário dos orientais, demoramos muito mais compreender certas coisas. Mas tudo tem! Quem está com pressa?
Por Eddie Van Feu
Este é o segundo artigo de uma série de postagens, elaboradas a partir de um trabalho original de Eddie Van Feu, escritora e jornalista, que faz do assunto vidas sucessivas um tema apaixonante.
Extraído da série "Wicca", n. 35 (Reencarnação), Editora Modus
Este é o segundo artigo de uma série de postagens, elaboradas a partir de um trabalho original de Eddie Van Feu, escritora e jornalista, que faz do assunto vidas sucessivas um tema apaixonante.
Extraído da série "Wicca", n. 35 (Reencarnação), Editora Modus
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Parte I : Começando pelo fim
Parte II : Um pouco de História
Parte III : A Igreja e os Cátaros
Parte IV : Outros casos
Parte V : A Roda da Vida
Parte VI : Caminho do aprendizado
Parte VII : Karma ou aprendizado
Parte VIII : Dívidas em Família
Parte IX : O país em que nascemos
Parte X : A armadilha do suicídio
Parte XI : Perigosa curiosidade
Parte XII : A vida em memórias e sonhos
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Parte XI : Perigosa curiosidade
Parte XII : A vida em memórias e sonhos
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