ESTUDO CIENTÍFICO DOS ESPÍRITOS COMEÇOU COM CIENTISTA INGLÊS

Com o mesmo rigor com o qual desenvolveu estudos que desembocaram no televisor, William Crookes analisou médiuns, fantasmas e levitação
Quando o assunto é o embate entre ciência e religião, poucos são aqueles que mantêm um pé em cada canoa. O físico e químico inglês William Crookes (1832-1919) é um desses casos.

No começo de sua carreira, ele até pendia mais para o lado científico. Filho de um alfaiate londrino, começou a estudar química aos 15 anos e foi assistente de meteorologia do Observatório Radcliffe. Mais tarde, virou professor de química em Chester e teve o privilégio de construir seu próprio laboratório de pesquisa e fundar um periódico, em 1859. Trata-se da revista "Chemical News", que se tornou muito respeitada no meio científico.

Crookes passou a estudar o nada sobrenatural espectro - freqüência natural de radiação - de minerais e detectou uma linha verde nunca antes observada. Era a descoberta de um novo elemento químico, que o cientista batizou de tálio. Além de descobrir, ele inventava. Para melhor investigar propriedades físicas e químicas, o inglês criou o radiômetro, um aparelho que mede a intensidade das radiações dos elementos químicos.

Sempre empregando métodos rigorosos em seus experimentos, ele conseguiu determinar o peso atômico dos elementos com alta precisão. Esse rigor se estendeu aos seus estudos sobre os chamados raios catódicos, ou feixes de elétrons acelerados, emitidos em tubos de vácuo. Esse feixe produz uma luminosidade na parede de vidro do tubo, processo que se tornou a base do funcionamento dos primeiros monitores e telas de televisão. Contribuição mais imediata (e menos visível) das experiências de Crookes foi possibilitar avanços no estudo do átomo, até que se chegasse à descoberta do elétron (por J. J. Thomson), ao conhecimento da estrutura atômica e à descoberta dos raios-x.

Não se sabe ao certo se essa convivência com espectros, feixes e tubos influenciaram a curiosidade e a entrada do cientista em outras áreas de interesse. Mas, ao mesmo tempo em que avançava em suas pesquisas físicas e químicas, ele passou a investigar com seriedade e rigor o espiritualismo. E a coisa ia muito além da crença pessoal: para ele, a ciência deveria estudar os fenômenos sobrenaturais.

Assim, passou a analisar o que acontece com os médiuns e também estudou fenômenos como figuras fantasmagóricas, materialização de espíritos, movimentos de objetos à distância e levitação. Diferentemente dos céticos, Crookes achava que esses movimentos eram resultantes de uma força ainda desconhecida. Além disso, chegou a sugerir que a telepatia se daria pela comunicação de ondas entre cérebros.

Excelente físico e químico experimental, eleito presidente da renomada instituição científica Royal Society e feito cavaleiro real, deixou muitas contribuições para a ciência e também vários escritos (enquanto vivo, e não psicografados) sobre suas conclusões a respeito dos fenômenos sobrenaturais. Esses documentos criam poeira na academia, pois a maioria dos estudiosos querem manter essas idéias longe do meio científico.

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