ANIMAIS PODEM PREVER A MORTE ?

O comportamento animal as vezes foge dos padrões
Em julho de 2007, uma história fascinante surgiu no New England Journal of Medicine sobre um gato (em inglês) que podia "prever" as mortes de pacientes em uma casa de saúde várias horas antes deles morrerem. Oscar, um gato adotado pela equipe da Casa de Saúde e Reabilitação Steere em Providence, R.I., fez pelo menos 25 previsões bem-sucedidas, nas quais os pacientes morreram horas após o gato sentar ao lado de seus leitos. Após a equipe da casa de saúde ter percebido a capacidade de Oscar, eles começaram a alertar as famílias sempre que o gato assumia seu posto próximo ao paciente. A maioria das famílias tolerava ou mesmo agradecia a sua presença, apesar de Oscar ficar estressado se forçado para fora do quarto de um paciente morrendo, miando atrás da porta.

As ações de Oscar parecem ser deliberadas. Ele regularmente caminha em volta da unidade da casa de saúde para pacientes com demência (em inglês) avançada. Ele fareja e fita uma paciente antes de sentar-se ao lado dela. Oscar então ronrona enquanto está com a paciente e normalmente a deixa logo após ela morrer.

Como Oscar faz isso? Trata-se de um "sexto sentido", um cheiro exclusivo que ele fareja ou algo mais? Especialistas em animais formularam várias explicações, mas a maioria concorda que provavelmente isso tem a ver com um cheiro específico produzido por pacientes terminais. Em outras palavras, pessoas que estão morrendo exalam cheiro de determinados produtos químicos que não são detectáveis por outros humanos, mas que podem provocar o olfato de Oscar. Um especialista em felinos disse que os gatos podem sentir doenças em seus amigos humanos e animais [Fonte: BBC News (site em inglês)]. Jacqueline Pritchard, uma especialista em animais, disse à BBC News que ela estava certa de que Oscar estava sentindo os órgãos vitais entrando em colapso [Fonte: BBC News (site em inglês)].

Quanto a por que ele faz vigília próximo aos pacientes, Oscar pode estar imitando o comportamento da equipe que passa mais tempo com pacientes que estão morrendo. Um especialista em animais sugeriu que pode ser que Oscar simplesmente aprecia o conforto de cobertores aquecidos colocados em pacientes que estão morrendo [Fonte: NPR (site em inglês)].

Histórias de animais com habilidades notáveis não são raras. Há muito tempo existem histórias de cães que detectam vários tipos de câncer com seu faro. Um estudo comprovou depois que os cães podiam sentir evidência de câncer de bexiga ao farejá-lo na urina. Algumas pessoas que sofrem de epilepsia (em inglês) grave usam cães especialmente treinados fornecidos por instituições de caridade. Esses cães avisam seus donos sobre convulsões (em inglês) iminentes, dando lambidas ou fazendo algum outro sinal. Uma mulher disse que seu cão regularmente lhe dá um aviso com antecedência de 40 minutos, permitindo que ela vá para um local seguro para não se preocupar com perigos quando ela tem convulsões [Fonte: BBC News (site em inglês)].

Os cães que sentem convulsões buscam cheiros sutis e mudanças nas características dos seus donos (como pupilas dilatadas). O seu treinamento, que leva pelo menos um ano, lhes ensina a avisar seus donos. Apesar de estarmos acostumados a ouvir falar de cães que aprendem a ajudar os cegos ou a buscar pessoas feridas, o caso de Oscar é mais curioso. Gatos, diferentemente de cães ou mesmo elefantes, não são associados a um comportamento altruístico ou empático. Cientistas acreditam que cães podem sentir doenças nos outros devido à sua origem evolucionária como os lobos, que precisavam ser capazes de detectar quando algum animal na matilha estava ferido ou doente.

Nós descobrimos algumas explicações racionais para as ações de Oscar e de cães que prevêem convulsões: cheiros sutis, pupilas dilatadas, comportamentos aprendidos. Mas, e quanto a outros comportamentos animais estranhos? Alguns animais podem realmente prever terremotos ou sentir compaixão? Na próxima página, vamos nos aprofundar no mundo da etologia.

Sarah Dowdey.  "HowStuffWorks - Sexto sentido animal".
Publicado em 29 de agosto de 2007. Leia no original
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1 Comentários

  1. Eu não consigo ler coisas relacionadas aos animais sem chorar... esta sensibilidade me emociona muitíssimo.
    Uma das coisas que me entristeceram no estudo da Doutrina Espírita foi saber que nós não encontraremos mais os nossos bichanos (muitas vezes mais que filhos) em nossa "outra vida". Eu prefiro acreditar que eles estarão ainda conosco, nos dando muitas lambidas e nos enchendo desse amor puro e sem exigência que nos dão.
    Beijo grande, meu amigo!
    Mel

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